Hoje, dia 26 de outubro de 2014 se encerrou mais um capítulo da democracia brasileira. Mais uma eleição, e a garantia de mais 4 anos do PT no governo. Definitivamente, a idéia deste post não é tomar um lado partidário, mas sim tomar o lado de um Brasil, digno de desenvolvimento, igualdade, liberdade e fraternidade.
Hoje, a presidente reeleita fez um discurso com frases coerentes e que por todos agrada serem escutadas. Coerentes na teoria e espero que seja mais ainda na prática.
REELEIÇÃO
As duas palavras mais fortes mencionadas: mudança e reforma.
Ambas estão intrinsecamente ligadas: sem reformas não temos mudanças. E ambas me deixam com um quê de satisfação: se a presidente reeleita coloca como mudança uma das principais palavras da sua campanha, quer dizer que ela assina embaixo quanto ao fracasso de (parte de) seu mandato. Se precisa mudar, é porque não foi tão bom assim.
E neste momento, pensando no bem geral do país, no desenvolvimento dele e no meu (afinal sou cidadã, batalho, e espero prosperar digna e honestamente), e nas melhores condições de todos os brasileiros não só em saúde mas também em educação e cultura, espero que a presidente seja bem sucedida nesse intento, já que por ora não há mais o que fazer e os próximos 4 anos continuarão a senda de 12 anos de um governo do mesmo partido.
Isto não significa que meus olhos ficarão fechados, meus ouvidos tapados e minha boca muda nestes próximos 4 anos. Pelo contrário: agora sim, me proponho a documentar todos os fatos, positivos e negativos, para então gerar um saldo para as próximas eleições. Anotarei sim, já que em tempos eleitorais muitos discursos tomam um caráter emocional e não racional. E diante de fatos, não se pode simplesmente ignorar e fazer de conta que não existem.
Já que toquei na palavra FATOS, vamos a eles: antes de mais nada, nunca existe um governo totalmente ruim ou totalmente bom. E tenhamos em mente que um país com dimensões continentais, nunca se faz milagre de uma hora para a outra.
FATOS
Nem mesmo a ditadura foi 100% ruim. O quê? Nem mesmo a ditadura? Isto mesmo. Querendo ou não, na ditadura foi construída grande parte das estradas, rodovias, viadutos e pontes. Sim, foi durante a ditadura. E eles tiveram tempo para isto, cerca de 20 anos. Não vou me ater, nem por isto ignorar, a questão do endividamento do país e todas as repressões e violências que a população sofreu.
COLLOR 1990
Após a Ditadura Militar, surgiu o Collor, primeiro presidente eleito. O mesmo que sofreu o impeachment e o mesmo que pisou no comício da presidente reeleita este ano. Fiquei confusa, afinal o partido da presidente naquele momento, início dos anos 90, era oposição ferrenha ao Collor.
Mas nada como um dia após o outro e a política para rever vários ideais e deslocá-los de acordo com a necessidade.
Parte positiva do Collor? Abertura do mercado interno aos produtos importados. Isto fez com que as indústrias brasileiras procurassem se desenvolver para competir. Abertura de mercado = competição = crescimento econômico = empregos
FHC 1994 e 1998
Após o Collor ser deposto e PC Farias ser morto (era o que acontecia então com os corruptos), Itamar Franco assumiu a presidência. E no governo dele, FHC implantou o plano Real. O que tem de positivo nisto? Estabilidade econômica e confiança dos demais países no Brasil. Sim, em um mundo globalizado não podemos simplesmente ignorar a economia mundial, renegar dividas e ignorar acordos que possam beneficiar a economia brasileira. FHC teve 8 anos de mandato. Ressalto: 8 anos. Em oito anos ele conseguiu estabilizar o país, mas não teve tempo de ver resultados. Oi? Sim, o Brasil é enorme e volto a dizer o que está ali em cima: não tem como termos resultados efetivos no Brasil se não tivermos um pouco de paciência para colher os frutos.
PT 2002 e 2006
Pois bem, saiu o FHC e entrou o PT, ou melhor, o Lula. Sim, o mesmo que incitou um tipo de aversão a "filhinhos de papai" neste ano e quem desde 1990 tentou se eleger presidente. Em 2002 ele conseguiu e em 2006 de novo. Mas não esqueçamos que para alcançar a vitória na 4‘ tentativa, Lula fez alianças com pessoas e partidos até então repudiados por ele. Entrou o Lula opositor em 2002 e continuou com a política do FHC que estava dando certo. Não coloco isto como necessariamente fator negativo, pelo contrário, foi isto que fez vir à tona os resultados positivos dos mandatos do FHC e mesmo Lula pegando como mérito todo seu, conseguiu aplicar o saldo positivo em programas assistenciais.
PT 2010
A falta de linearidade e investimento na economia durante os dois mandatos de Lula, fez com que o mandato de Dilma pegasse resultados não tanto positivos. Por quê? Porque o Brasil é um país continental e a resposta demora um pouco a vir. Porque o mundo também estava em crise, mas também porque Dilma estimulou o endividamento dos cidadãos adquirindo materiais relativamente supérfluos e geradores de ganhos para o governo: automóveis (IPVA e gasolina) e eletrodomésticos (energia elétrica). Não esqueçamos o programa Minha Casa, Minha Vida, fundamental para tantas pessoas que puderam ter o sonho da casa própria realizado. Mas também não esqueçamos da geração de construções problemáticas e com pouca qualidade que isto gerou, pela ganância de quem viu o programa como oportunidade para lucrar mais.
PT 2014
Pois bem, chegamos ao quarto mandato do PT, segundo de Dilma. E o discurso da mudança se tornou imperativo. Imperativo porque 12 anos governando o país e não criando meios de fazer a máquina econômica girar, a economia estagnou. Portanto, concordo com o discurso da mudança. Mas espero que esta venha a ser feita com um pouco mais de dignidade, menos casos de corrupções e desvios de dinheiro por parte dos governantes e suas equipes.
COMPROMISSO
Da minha parte, vou trabalhar, vou me esforçar porque quero crescer. E não digo que isto seja somente para benefício próprio. Espero com este meu crescimento poder ajudar também outras pessoas. E espero que a maioria das pessoas procure também se desenvolver: profissionalmente e acima de tudo, pessoalmente.
E não esqueça: estarei anotando tudo, para que depois, em 2018, eu tenha fatos e argumentos para apresentar e não só emoções ideológicas.
16 anos consecutivos de mandato é mais tempo que qualquer outro governo democrático teve no Brasil.
Mais do que Getúlio Vargas (somando inclusive a sua ditadura entre 1930-1945), menos do que a Ditadura Militar. E espero que ao fim destes 16 anos, se possa ter o prelúdio de resultados positivos. Se eles não vierem, que não se tenha como desculpa o "pouco tempo", pois 16 anos pouco não é. Que seja admitida a incompetência administrativa, e que o povo saiba pesar bem isto.
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